Sítio Genealógico da
Família AFRANIO PEIXOTO

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geração: 03
nome familiar: Ruy
fotos: 20601 0801 20602 0902 20603
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nome completo: Ruy Afranio Peixoto
nascimento: 13/JUN/1918 no Rio de Janeiro - RJ
falecimento: 25/JAN/2002 em Nova Iguaçu - RJ aos 83 anos
genealogia:

Filho de Álvaro Afranio Peixoto e de Maida Afranio Peixoto, casou-se duas vezes: em 1947 com a carioca Irene de Oliveira Afranio Peixoto, com quem teve três filhos: Álvaro Antonio, Julio Mário e Teresa Virginia; e em 1968 com a carioca Iara Alves Nunes com quem teve dois filhos: Mariinha e Ruyzinho.

publicações:

-"Imagens Iguaçuanas"(*), livro sobre a história de Nova Iguaçu; e
-"Fugas"(*), livreto de pensamentos (fac-simile).
(*) - Impressos na gráfica do Colégio Afranio Peixoto em Nova Iguaçu - RJ.

currículo:

Poeta, romancista, pintor, escultor, músico, educador, Ruy Afrânio Peixoto, 78 anos, é cultura em forma de gente. Vive na Baixada Fluminense desde 1946. Naquele ano, jogou para o alto o posto de Vice-Diretor do Colégio Anglo-Americano, no Rio, e fundou em Nova Iguaçu sua própria escola. De lá para cá, educou gente de todas as gerações das classes média e alta da Cidade. O Prefeito Nélson Bornier, por exemplo, foi seu aluno no Colégio Afranio Peixoto - assim batizado em homenagem ao tio ilustre, escritor que presidiu a Academia Brasileira de Letras. Ruy é uma figuraça. Centroavante reserva de Carvalho Leite no Botafogo dos anos 40, ensina Geografia, mas até há pouco substituía todos os professores que faltavam. Entrava na sala e perguntava: "Onde o mestre parou?" e dali continuava, fosse Inglês ou Biologia, Física ou Álgebra. Certa vez, um aluno o desafiou. “Professor, o senhor não é poeta?” E ele: “Sou... sou, sim.” E o garoto: “Nós paramos no capítulo fecundação. Por que o senhor não nos dá uma aula em versos?” Ruy devolveu: “Copiem!” Foi para o quadro e, em mais de uma dezena de estrofes, ensinou à turma as etapas da fecundação. O resultado está em um de seus 28 livros, todos publicados por conta própria. Tem ainda três inéditos - um romance, uma coletânea de poemas e outro de História Latino-Americana. Imprimia para dar aos amigos no Natal. "Parei porque estava ficando caro." Também é autor de mais de uma dezena de sinfonias. Algumas, jamais ouviu. Nunca foram executadas. Não se sente frustrado. "Mando cópias das partituras para escolas de música do mundo inteiro", conta. "De vez em quando, recebo cartinhas da Inglaterra ou da Áustria, dizendo: 'Professor, executamos sua sinfonia'. Isso já me satisfaz". Ruy tocou violino enquanto uma bursite crônica no ombro permitiu. "Uma inflamação no músculo do rosto também atrapalha", ele se queixa. Mas não se abate. Continua compondo, mas no silêncio da pauta. "A melodia me vem à cabeça e aí escrevo." Foi com esse jeito espontâneo que pediu o boné no Anglo-Americano. “Eu era favorável ao sistema da correção do aluno pela persuasão, não pela coerção. E não podia concordar com os métodos de um chefe de disciplina que castigava os alunos”, Ruy se justifica. Carioca da Glória, professor de Geografia e advogado formado pela antiga Faculdade de Direito da Guanabara – aliás, na mesma turma do Governador Marcello Alencar -, arrumou as malas e veio para a casa que desponta no terrenão de 20 mil metros quadrados, onde construiria a escola, ainda hoje uma ilha cercada de verde por todos os lados. Em Nova Iguaçu, não fundou só a escola. Criou também a Academia Iguaçuana de Letras, uma sociedade de tiro ao alvo – “Para proteger os passarinhos, porque a matança era generalizada” -, o Instituto Histórico e Geográfico da cidade, um clube de poesia, uma orquestra e uma oficina de teatro. Fundou ainda o Teatro Procópio Ferreira, o único da cidade até há pouco. “Eu fui amigo e compadre do (ator) Procópio Ferreira. Foi com uma peça estrelada por ele, Esta noite choveu prata, de Pedro Bloch, que inauguramos o teatro em 1967”, recorda. Procópio viveu 18 anos em Nova Iguaçu. É conhecida na cidade a história da morte de um de seus filhos, Francisquinho, em um acidente de moto. “Era justamente o meu afilhado”, conta o professor. Ruy é separado da mãe de seus cinco filhos há 24 anos. Mas está sempre cercado pelos 11 netos – um deles, fruto do casamento de sua filha Maria com o cantor Cláudio Nucci. “Sou feliz aqui”, ele diz.
fonte: reprodução da matéria "A Magia do Velho Professor", pág. 9, do suplemento Baixada Especial do Jornal do Brasil de DOM-11/MAI/1997.

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